"O mundo de
Teresa Calçada é feito de palavras mas, no caso, são os números que dizem tudo.
Há 13 anos, altura em que esta professora de Filosofia foi coordenar o Gabinete
do Programa Rede de Bibliotecas Escolares, eram poucas as bibliotecas dignas do
nome. Hoje existem 2100. Quase todas as escolas, do básico ao secundário,
contam com um espaço vivo e vivido onde o livro tem destaque, mas nem sempre
protagonismo. “Continua a haver livros, mas eles coabitam com redes de
informação e conhecimento. As bibliotecas do século XXI são espaços multimédia,
centros pedagógicos de incentivo à leitura, possível através de diferentes
recursos”, explica a coordenadora do projecto, justificando a presença de
computadores, televisões, jornais e revistas. “O ambiente não é semelhante ao
de uma sala de aula”, diz, e os catálogos que tem sobre a mesa provam isso
mesmo. “Não são escolas da Finlândia”, diz en passant, enquanto enumera as
valências que fazem das bibliotecas um espaço fundamental na relação
aluno-professor. “Somos mutantes nesta geração digital, mas os nossos alunos
não. Por isso, temos de adoptar uma atitude pegagógica que acompanhe a
aprendizagem.” É preciso contrariar a ideia de que as bibliotecas são um sítio
cinzento e (demasiado) silencioso: “Se não forem úteis, as bibliotecas deixam
de ser precisas. E elas só são úteis se tiverem o que os alunos precisam.” Seja
a Apologia de Sócrates ou a ligação ao Facebook.
Realização: Joana Lestouquet . Fotografia:
Pedro Bettencourt . Maquilhagem: Isabel Marcelino .
Agradecimentos: MaxMara, MAX&Co, Susana Bettencour"
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