Escola
EB2,3 Miguel Torga – Sabrosa
Entrevista
à Menina do Mar
Quem não conhece a heroína que deu o
título à obra muito famosa de Sophia de Mello Breyner Andresen? Raro será o
aluno do 5º ano de escolaridade que não terá lido e estudado esse tesouro da
literatura infanto-juvenil – “A Menina do Mar”.
Pois bem, isso mesmo aconteceu na turma do
5º C, nas aulas de Português. Uma das alunas mais curiosas e interessada pela
personagem da Menina decidiu embarcar, nas costas do golfinho, até à terra da
fantasia para se encontrar com a Menina do Mar e fazer-lhe uma entrevista. Até
tinha ouvido a professora dizer que havia um concurso do PNL à porta…
Vejamos como correu a conversa entre elas.
Convém informar que a jornalista em causa teve de beber, tal como o rapazito da
história, o suco de anémonas e suco de plantas mágicas para poder
ir ter com a Menina do Mar, no fundo do mar, e poder respirar.
Jornalista: Bom dia,
Menina! Fiquei muito contente por ter respondido ao meu mail e aceitar que eu a entrevisto para um trabalho da escola!
Menina do Mar: Bom dia!
Para mim, foi uma honra receber o convite. E, como hoje, não tenho nenhum baile
nem espetáculo à minha espera, tenho todo o tempo para conversar contigo.
Jornalista: Ah! Pois é…
no livro, eu vi que era uma bailarina! Bem, mas vamos começar pelo princípio.
Quer apresentar-se? Apesar de ter a certeza de que todas as crianças já a
conhecem através do livro…
Menina do Mar: És muito
simpática! Pois bem, onde e quando eu nasci, não sei bem… Sabes, a vida nos
livros é mágica. Só sei que uma gaivota me deixou, um dia, na praia e o peixe,
o caranguejo e o polvo tomaram conta de mim. Somos amigos inseparáveis!
Jornalista: E o seu
nome? Vem do facto de viver no mar?
Menina do Mar: Claro,
também é por isso, mas não só. Eu tenho forma humana, mas coração e modo de
vida marinhos, isto é, como “o mar é a
minha terra (…) eu se for para a terra seco”, tal como expliquei um dia ao
rapaz quando me queria mostrar todas as coisas belas da Terra. Eu sou uma
criatura do mar, daí o meu nome.
Jornalista: Desculpa a
curiosidade, mas falando nos seus três amigos, onde estão neste momento?
Menina do Mar: Neste
preciso momento, devem estar a cuidar da nossa casa, arrumar, costurar, criar
novas joias ou novos vestidos para mim… e agora, também, para o rapaz.
Jornalista: Para o
rapaz?
Menina do Mar: Então,
já te esqueceste do final da minha história? O livro começa com quatro amigos,
mas termina com cinco. O rapaz e eu somos amigos inseparáveis também!
Jornalista: Oh, claro
que não me esqueci… às vezes, confundo a vida real com a imaginária! Mas…
casaram?
Menina do Mar: O
casamento está nos nossos planos, mas por enquanto ainda somos só noivos. Ele
continua a visitar os pais, na casa branca das dunas, a ir à escola e a brincar
com os seus amigos… Talvez, um dia, alguém se lembre de escrever uma
continuação para a nossa história…
Jornalista: Então,
quando se encontram?
Menina do Mar: É
simples, fez-se um contrato com a família e com a escola. De manhã, vai para
escola, que organizou um horário especial para ele; almoça com os pais e, a
seguir, vem ter comigo ao fundo do mar. Brincamos na praia, tomamos banho,
dançamos e assistimos às aulas do caranguejo! Depois do lanche, regressa a casa
e fica com os pais.
Jornalista: Disse que
tinham aulas com o caranguejo?!
Menina do Mar: Sim,
lembras-te da última frase do caranguejo no livro: - Agora vais
ser sábio como um caranguejo. Ele é o professor de todos os seres marinhos! Além de costurar, cozinhar e
de criar belos colares e pulseiras, ele também é professor.
Jornalista: Que maravilha! Essa parte não vem na história. Mas, para a
Semana da Leitura, eu e os meus colegas pesquisámos sobre a vida de alguns
animais marinhos para expormos na Biblioteca escolar.
Menina do Mar: Muito bem! Deixa-me, então ser eu, agora, a “entrevistar-te”
para saber o que aprendeste.
Jornalista: O meu grupo de trabalho escolheu precisamente o caranguejo e o
polvo. Também tivemos ajuda da professora de Ciências Naturais. O que nós
descobrimos na Wikipedia foi o
seguinte: “Os polvos são moluscos marinhos da
classe Cephalopoda e da ordem Octopoda, que significa
"oito pés". Possuem oito braços com fortes ventosas dispostas à volta
da boca (…) o polvo tem um corpo mole mas não tem esqueleto interno (…) Como
meios de defesa, o polvo possui a capacidade de largar tinta, de camuflagem
e autotomia
de seus braços.” Só não descobrimos que tocavam guitarra, como está na
história…
Menina do Mar: Escusado
será dizer que o teu grupo também não encontrou informações sobre as tarefas
desempenhadas pelo polvo na história de Sophia de Mello Breyner Andresen, não
é? E aprenderam o que era “autotomia”?
Jornalista: Sim, é a
capacidade que alguns animais possuem de libertar algumas partes do corpo, ou uma automutilação
usada como meio de defesa.
Menina do Mar: Muito
bem. E quanto aos caranguejos, o que é que aprenderam?
Jornalista: Os
caranguejos são os “crustáceos da infraordem Brachyura,
caracterizados por terem o corpo
totalmente protegido por uma carapaça,
cinco pares de patas terminadas em unhas pontiagudas, o primeiro dos quais
normalmente transformado em fortes pinças e,
geralmente, o abdómen reduzido e dobrado por baixo do cefalotórax.”
Menina do Mar: Escusado
será dizer que o teu grupo não encontrou informações sobre as tarefas
desempenhadas pelo caranguejo na história de Sophia de Mello Breyner Andresen,
não é?
Jornalista: Claro,
essas informações não as encontrámos! Oh! O tempo passou a voar, ou melhor, a
navegar! Tenho de me ir embora. O golfinho já me fez sinal. Adeus e até breve!
Menina do Mar: Adeus.
Até um dia, muito em breve, para não sentirmos demasiadas saudades, está bem?
Jornalista: Prometido.
Vou publicar esta entrevista no Jornal da Escola e depois ofereço-lhe um
exemplar.
Menina o Mar: Muito
obrigada, poderá ser um mote para uma das aulas do caranguejo.
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