sexta-feira, 22 de março de 2013

Entrevista à menina do Mar



Escola EB2,3 Miguel Torga – Sabrosa

Entrevista à Menina do Mar

     Quem não conhece a heroína que deu o título à obra muito famosa de Sophia de Mello Breyner Andresen? Raro será o aluno do 5º ano de escolaridade que não terá lido e estudado esse tesouro da literatura infanto-juvenil – “A Menina do Mar”.
     Pois bem, isso mesmo aconteceu na turma do 5º C, nas aulas de Português. Uma das alunas mais curiosas e interessada pela personagem da Menina decidiu embarcar, nas costas do golfinho, até à terra da fantasia para se encontrar com a Menina do Mar e fazer-lhe uma entrevista. Até tinha ouvido a professora dizer que havia um concurso do PNL à porta…
     Vejamos como correu a conversa entre elas. Convém informar que a jornalista em causa teve de beber, tal como o rapazito da história, o suco de anémonas e suco de plantas mágicas para poder ir ter com a Menina do Mar, no fundo do mar, e poder respirar.

Jornalista: Bom dia, Menina! Fiquei muito contente por ter respondido ao meu mail e aceitar que eu a entrevisto para um trabalho da escola!
Menina do Mar: Bom dia! Para mim, foi uma honra receber o convite. E, como hoje, não tenho nenhum baile nem espetáculo à minha espera, tenho todo o tempo para conversar contigo.
Jornalista: Ah! Pois é… no livro, eu vi que era uma bailarina! Bem, mas vamos começar pelo princípio. Quer apresentar-se? Apesar de ter a certeza de que todas as crianças já a conhecem através do livro…
Menina do Mar: És muito simpática! Pois bem, onde e quando eu nasci, não sei bem… Sabes, a vida nos livros é mágica. Só sei que uma gaivota me deixou, um dia, na praia e o peixe, o caranguejo e o polvo tomaram conta de mim. Somos amigos inseparáveis!
Jornalista: E o seu nome? Vem do facto de viver no mar?
Menina do Mar: Claro, também é por isso, mas não só. Eu tenho forma humana, mas coração e modo de vida marinhos, isto é, como “o mar é a minha terra (…) eu se for para a terra seco”, tal como expliquei um dia ao rapaz quando me queria mostrar todas as coisas belas da Terra. Eu sou uma criatura do mar, daí o meu nome.

Jornalista: Desculpa a curiosidade, mas falando nos seus três amigos, onde estão neste momento?
Menina do Mar: Neste preciso momento, devem estar a cuidar da nossa casa, arrumar, costurar, criar novas joias ou novos vestidos para mim… e agora, também, para o rapaz.
Jornalista: Para o rapaz?
Menina do Mar: Então, já te esqueceste do final da minha história? O livro começa com quatro amigos, mas termina com cinco. O rapaz e eu somos amigos inseparáveis também!
Jornalista: Oh, claro que não me esqueci… às vezes, confundo a vida real com a imaginária! Mas… casaram?
Menina do Mar: O casamento está nos nossos planos, mas por enquanto ainda somos só noivos. Ele continua a visitar os pais, na casa branca das dunas, a ir à escola e a brincar com os seus amigos… Talvez, um dia, alguém se lembre de escrever uma continuação para a nossa história…
Jornalista: Então, quando se encontram?
Menina do Mar: É simples, fez-se um contrato com a família e com a escola. De manhã, vai para escola, que organizou um horário especial para ele; almoça com os pais e, a seguir, vem ter comigo ao fundo do mar. Brincamos na praia, tomamos banho, dançamos e assistimos às aulas do caranguejo! Depois do lanche, regressa a casa e fica com os pais.
Jornalista: Disse que tinham aulas com o caranguejo?!
Menina do Mar: Sim, lembras-te da última frase do caranguejo no livro: - Agora vais ser sábio como um caranguejo. Ele é o professor de todos os seres marinhos! Além de costurar, cozinhar e de criar belos colares e pulseiras, ele também é professor.
Jornalista: Que maravilha! Essa parte não vem na história. Mas, para a Semana da Leitura, eu e os meus colegas pesquisámos sobre a vida de alguns animais marinhos para expormos na Biblioteca escolar.
Menina do Mar: Muito bem! Deixa-me, então ser eu, agora, a “entrevistar-te” para saber o que aprendeste.
Jornalista: O meu grupo de trabalho escolheu precisamente o caranguejo e o polvo. Também tivemos ajuda da professora de Ciências Naturais. O que nós descobrimos na Wikipedia foi o seguinte: “Os polvos são moluscos marinhos da classe Cephalopoda e da ordem Octopoda, que significa "oito pés". Possuem oito braços com fortes ventosas dispostas à volta da boca (…) o polvo tem um corpo mole mas não tem esqueleto interno (…) Como meios de defesa, o polvo possui a capacidade de largar tinta, de camuflagem e autotomia de seus braços.” Só não descobrimos que tocavam guitarra, como está na história…
Menina do Mar: Escusado será dizer que o teu grupo também não encontrou informações sobre as tarefas desempenhadas pelo polvo na história de Sophia de Mello Breyner Andresen, não é? E aprenderam o que era “autotomia”?
Jornalista: Sim, é a capacidade que alguns animais possuem de libertar algumas partes do corpo, ou uma automutilação usada como meio de defesa.
Menina do Mar: Muito bem. E quanto aos caranguejos, o que é que aprenderam?
Jornalista: Os caranguejos são os “crustáceos da infraordem Brachyura, caracterizados por terem o corpo totalmente protegido por uma carapaça, cinco pares de patas terminadas em unhas pontiagudas, o primeiro dos quais normalmente transformado em fortes pinças e, geralmente, o abdómen reduzido e dobrado por baixo do cefalotórax.”
Menina do Mar: Escusado será dizer que o teu grupo não encontrou informações sobre as tarefas desempenhadas pelo caranguejo na história de Sophia de Mello Breyner Andresen, não é?
Jornalista: Claro, essas informações não as encontrámos! Oh! O tempo passou a voar, ou melhor, a navegar! Tenho de me ir embora. O golfinho já me fez sinal. Adeus e até breve!
Menina do Mar: Adeus. Até um dia, muito em breve, para não sentirmos demasiadas saudades, está bem?
Jornalista: Prometido. Vou publicar esta entrevista no Jornal da Escola e depois ofereço-lhe um exemplar.
Menina o Mar: Muito obrigada, poderá ser um mote para uma das aulas do caranguejo.

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