A MINHA VIDA NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX
(relato fictício)
Chamo-me Maria, tenho dez anos, vivo em Lisboa, na segunda metade do século XIX, sou operária numa fábrica de fiação e vou falar sobre o meu dia a dia na fábrica e em casa.
Eu e os meus pais vivíamos e trabalhávamos no campo, mas quando surgiram as máquinas, os meus pais ficaram sem emprego e tivemos de nos mudar para a cidade para procurar trabalho nas fábricas.
Comecei a trabalhar na fábrica catorze horas por dia, por isso, acordo às seis da manhã, tomo o pequeno-almoço, que, normalmente, é pão com azeitonas ou sopa, antes de sair de casa, a minha mãe dá-me a marmita para o almoço com batatas cozidas com bacalhau ou sardinha, quando chego a casa, à noite, ao jantar, como sopa.
Sinto-me sempre muito cansada e durmo mal, porque a cama é pequena para mim e para os meus cinco irmãos, além disso, tenho muita tosse e os meus irmãos também, como vivemos no bairro junto à fábrica, o fumo enche a atmosfera e torna difícil a respiração, a saúde é pouca e fico com medo de ter tuberculose.
O meu trabalho é muito aborrecido e cansativo, tenho de ficar de pé horas seguidas a vigiar as máquinas, às vezes fico com sono e distraio-me. Estas distrações são perigosas, uma vez que posso ter um acidente. Foi o que aconteceu com o meu colega e amigo Nicolau, que perdeu a mão num acidente com uma máquina e foi despedido, o meu chefe substituiu-o por outra pessoa. Ele sem seguro de acidentes, sem salário teve de ir mendigar para a rua para sobreviver.
Vi pela primeira vez o comboio e o meu sonho é andar nele, espero que isso aconteça um dia, até lá esta é a minha história.
Texto coletivo produzido pelos alunos do 6ºB
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