quarta-feira, 30 de dezembro de 2020
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
MIBE 20“Descobrir caminhos para a saúde e o bem-estar”.na Biblioteca Escolar EB Fernão Magalhães
As diferentes
salas da EB Fernão Magalhães decidiram comemorar o Mês Internacional das Bibliotecas
Escolares com diversas atividades, seguindo o tema deste ano: “Descobrir
caminhos para a saúde e o bem-estar”.
O Jardim de Infância de Sabrosa iniciou as suas atividades
com o Dia Mundial da Alimentação através da história: " O Camilão,
Comilão". Esta história baseada na temática da alimentação saudável,
alertava para a necessidade de bem comer para crescer com saúde. Daí partiram
para a construção de um “ Marcador Individual”, para servir de base nas
refeições com o lema “BEM COMER PARA BEM CRESCER”. Com
os marmelos do marmeleiro da nossa escola, os alunos com as suas professoras
fizeram marmelada para comer com pão na hora do lanche.
As turmas
do 1ºciclo abordaram o tema deste ano com as seguintes atividades: projeção de
vídeos, interpretação de textos e realização de trabalhos sobre os seguintes
temas: a importância da lavagem das mãos e os cuidados a ter com o Covid 19.
As salas do 4ºanos exploraram a história: O coelhinho branco de António Torrado. No final foram elaborados trabalhos e um placard sobre a temática deste ano.
sexta-feira, 30 de outubro de 2020
MIBE 2020"Descobrir caminhos para a saúde e o bem-estar "
Outubro é o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares (MIBE), uma oportunidade para as bibliotecas escolares de todo o mundo darem a conhecer o trabalho que desenvolvem e mostrarem que não são apenas um serviço, mas um centro nevrálgico vital nas escolas.
O tema do MIBE 2020, Descobrir caminhos para a saúde e o bem-estar com a biblioteca escolar, baseia-se na reflexão sobre a relação entre o conhecimento e a construção de uma visão global do ser humano no mundo. A biblioteca escolar, assumindo a missão de servir a comunidade, é convidada a celebrar neste mês os caminhos que vai descobrindo para ajudar a promover a saúde e o bem-estar ocupacional, emocional, físico, espiritual, intelectual e social das crianças e jovens.
No âmbito do MIBE, as atividades que se realizaram na escola foram as seguintes: marcadores de livros entre as turmas das escolas e a elaboração de cartazes.
domingo, 11 de outubro de 2020
SMAL SETEMBRO MÊS DA ALFABETIZAÇÃO E DAS LITERACIAS
Aldous Huxley
Admirável mundo novo de Aldous Huxley, publicado em 1932, fala-nos
de temas como a manipulação genética, a clonagem, o narcisismo, o consumismo e
o uso de drogas. Apresenta-nos uma civilização moderna e funcional, dominada
pela tecnologia e totalmente desprovida de alma, espírito, mas onde impera o
prazer e não existe dor nem sofrimento.
Nesta viagem, que é um misto de fantasia e sátira a uma
futura sociedade tecnológica, somos transportados para um mundo em que os seres
humanos são organizados por um sistema de castas obtido graças à manipulação
genética de embriões. Os seres humanos são produzidos em série em centros de
incubação e condicionamento e, a partir de cada óvulo são originados noventa e
seis gémeos, formando grupos padronizados de cidadãos que cumprem a sua função
na sociedade.
A estabilidade social é o objetivo principal
das pessoas que governam este “mundo novo”. Não há velhos nem doentes, mas os
adultos são condicionados para não sentirem qualquer emoção, com a ajuda de soma, um misto de cocaína, heroína e
álcool, cuja utilização se torna indispensável para a não expressão de emoções.
As crianças “nascem” em centros de incubação e de
condicionamento e os infantários são salas de condicionamento neopavloviano
onde crescem e são treinadas para se transformarem em adultos funcionais, Alphas ou Betas, desprovidos de espírito para nunca sentirem desejo de
liberdade ou de serem diferentes.
Apresento apenas este
excerto:
«As pessoas são felizes, conseguem o que
querem e nunca querem aquilo que não podem obter. Sentemse bem, estão em
segurança, nunca estão doentes, não receiam a morte, vivem numa serena
ignorância da paixão e da velhice, nem filhos, nem amantes, pelos quais
poderiam sofrer emoções violentas, estão de tal modo condicionados que,
praticamente não podem deixar de se portar como devem. E se por acaso alguma
coisa correr mal há o soma, que o senhor atira friamente pela janela em nome da
liberdade, Sr. Selvagem, a Liberdade!
-Pôs-se a rir.- O senhor espera que os Deltas saibam o que é a liberdade! E
agora espera que os Deltas sejam capazes de compreender Othelo! Meu caro amigo!
»
Estas palavras fazem-nos pensar! Afinal, onde está a
felicidade, o sentido da vida? Naquilo que ambicionamos, na perfeição? Ou será
que está apenas nas pequenas coisas imperfeitas do dia a dia que temos e na
liberdade de escolhermos o rumo das nossas vidas? Será preciso muito para
sermos felizes ou a felicidade está já dentro de nós?
Projeto de
Leitura
Projeto de
Leitura
A Fúria das Vinhas de Francisco Moita
Flores
A Fúria das Vinhas é um romance que narra a luta intensa, que grandes e pequenos vinicultores do Alto Douro travaram contra a filoxera.
A narrativa descreve o ambiente psicológico da época, das suas gentes, crenças, medos e esperanças e, em simultâneo, conta a história de uma grande mulher -a Ferreirinha- D.Antónia, que com grande força, determinação e trabalho nunca virou as costas à sua gente, nem tão pouco à praga que, gradualmente, ia destruindo a vinha.
Paralelamente ao combate da filoxera, surge a morte de
jovens raparigas que as gentes da terra atribuíam às bruxas, ao diabo e aos
lobos, tão famintos quanto elas, mas que um jovem recém-bacharel, Vespúcio
Ortigão, cujos estudos suportados por D.Antónia, começa a investigar por sua
conta e risco.
Em toda a obra, a perseverança de D. Antónia, já idosa, é
característica psicológica mais marcante. Ela não desiste de lutar, enfrentando
gente importante e vaidosa do
meio político e contrariando grandes
proprietários de quintas durienses. Neste romance, o autor retrata a realidade
política e da alta sociedade da altura de um modo brilhante: a vaidade e o ócio
imperam; os políticos não têm ideias, são apenas fanfarrões sem sentido de
serviço público, deixando o Douro abandonado à sua sorte. De igual modo,
através da morte das raparigas, o autor fala-nos dos avanços de investigação
criminal num momento histórico em que se separa a acusação, por confissão por
tortura, e a acusação por prova. Nesta última, mesmo não havendo confissão, o
criminoso é acusado e preso. Esta nova forma de investigação é vista, na época,
como uma loucura porque as crenças, bruxarias e o oculto estão enraizados na
cultura do país, onde a medicina é antiquada, com poucos conhecimentos do
avanço científico e dos novos instrumentos da experiência. É D. Antónia que,
confiando na tese e factos constatados que lhe foram confiados por Vespúcio
Ortigão, seu protegido, que com o seu poder económico e ligações sociais, apoia
logisticamente na compra de um microscópio essencial à obtenção da prova para
incriminar o culpado e solucionar o crime. Foi, de igual forma, recorrendo a
novas técnicas de enxerto das vinhas, inovadoras e desconhecidas para as gentes
do Douro, que a Ferreirinha conseguiu vencer a praga da filoxera na segunda
metade do século XIX, e reerguer as vinhas e as gentes do Douro da morte e da
miséria total.
Pessoalmente, esta obra de Francisco Moita Flores,
despertou em mim a admiração e grande respeito por D. Antónia Ferreira, que
amou e dedicou toda a sua vida às suas origens e lutou incessantemente pelos
seus ideais. O romance proporciona uma leitura prazerosa e incessante, uma vez
que se encontra bem escrito, enriquecido por uma vasta cultura que o autor
soube tão bem pormenorizar e valorizar, transportando-me, nos meus diversos
sentidos, para todos os ambientes narrados.
“ O Douro era o ventre materno que a aconchegava no colo
quando sofria ou era feliz. Dona Antónia sabia. Ninguém é feliz para sempre. A
felicidade é uma pontuação, não é uma frase. E só a pode sentir no auge das
emoções quem sofreu intensamente.”
Clara Loureiro 12ºB nº2