Ano letivo: 2013/2014
Estarão os incentivos à natalidade a ser solução para o
problema?
|
Trabalho realizado por:
Catarina Alexandra Neto Claro; 12ºB
Cláudia Raquel Santos Ferreira;12ºB
Sónia da Conceição Ribeiro Fernandes;
12ºB
No âmbito da disciplina de Geografia
Prof. Manuel Costa
1. Introdução………………………………………………………………………….……………………....3
2. Desenvolvimento
2.1.
A
evolução da natalidade em Portugal …………………………………………………………... 4
2.2.
Evolução da Natalidade no Município de Murça (com
incentivos à natalidade) …………….. 5
2.3.
Evolução da natalidade no Município de Sabrosa (sem
incentivos à natalidade) ……..….… 6
2.4.
A
taxa bruta de natalidade em Portugal, Sabrosa e Murça ….…………………..…………….. 7
2.5.
O
que diz a autarquia acerca dos incentivos à natalidade?…………….………………..…..… 8
2.6.
Tanto
se diz e tenta fazer para incentivar a natalidade, mas o certo é que as
perspectivas futuras são assustadoras. Estará a sociedade em
mudança?.................................................9
2.7.
O
que poderá explicar a diminuição da natalidade?..............................................................12
2.8.
Evolução
das variáveis demográficas relativas à natalidade em Portugal, 2001-2010……..14
3. Conclusão…………………………………………………………………………………………………..16
4. Glossário…………………………………………………………………………………………………….17
5. Bibliografia…………………………………………………………………………………………………18
ESTARÃO OS INCENTIVOS À NATALIDADE A
CONSEGUIR RESULTADOS?
INTRODUÇÃO
No
âmbito da matéria lecionada na disciplina de Geografia, de uma informação quase
permanente e insistente do comportamento da taxa de natalidade nos diferentes
órgãos de comunicação, de um assunto abordado pelos líderes políticos nas mais
diversas situações, dos possíveis incentivos ao aumento da mesma, por parte de
alguns municípios do interior do país (alguns deles já a partir de 2002)
quisemos encontrar resposta à nossa pergunta: estarão os incentivos à
natalidade a conseguir resultados positivos? Comparamos o comportamento da taxa
de natalidade em três situações distintas:
Ø 1.ª - Município com incentivo à
natalidade (Murça);
Ø 2.ª - Municípios sem incentivos à
natalidade (Sabrosa);
Ø 3.ª - O território nacional.
A
pesquisa, por palavra-chave, através da Internet, ajudou a selecionar o município
objeto do nosso estudo. Há municípios que adotaram incentivos à natalidade já
desde 2002, que é o caso de Murça. Este concelho, pela proximidade ao nosso
município, pelas características económicas e sociais e pela distância à
capital de distrito – Vila Real - assemelha-se mais ao município de Sabrosa, que
foi o escolhido para dele fazer o estudo da evolução da natalidade entre 1981 e
2012. Procuraremos, assim, perceber, por um lado, se os incentivos à natalidade
no município de Murça têm valores muito diferentes do município de Sabrosa e do
território e, por outro, se o valor dos incentivos justifica os resultados alcançados.
Serão estas as medidas certas? Terá este problema necessidade de outras
soluções? Terá um problema demográfico uma solução familiar ou política? Estas
e outras perguntas orientarão o nosso trabalho.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1.
Evolução da natalidade em Portugal
A
taxa de natalidade em Portugal, à semelhança da que carateriza os países
desenvolvidos, registou um forte decréscimo nas últimas décadas. Desde meados
do século XX que a diminuição se acentua, passando de 24,1‰ (1960) para 8,5‰
(2012). Esta tendência mantém-se de forma contínua, embora a um ritmo lento
(Figura 1).
Figura
1 - Evolução da taxa de natalidade bruta em Portugal, 1960-2012
Fonte:
PORDATA
A
tendência da baixa natalidade atinge, de um modo geral, todo o país, mas é
particularmente grave na região de Alto Douro e Trás-os-Montes e em algumas
áreas da região Centro, com valores inferiores a 6,5‰. A Grande Lisboa é a
região onde se regista o valor mais elevado, com 11,5 ou mais nascimentos por
cada mil habitantes. Existem alguns contrastes a nível regional, sendo o mais
evidente o que opõe as regiões do interior norte e centro às do litoral e aos
arquipélagos dos Açores e da Madeira (Figura 2).
Figura
2 – Taxa bruta de natalidade por Municípios, 2012
Fonte:
PORDATA
2.2. Evolução da Natalidade no Município de
Murça (com incentivos à natalidade)
A
taxa de natalidade no município de Murça, à semelhança da que caracteriza o
território nacional, registou um forte decréscimo nas últimas décadas. Desde 1981
que a diminuição se acentua, passando de 24,1‰ (1981) para 7,8‰ (1995), 6,4‰
(2001), 4,4‰ (2009), valor mais baixo dos últimos anos. Em 2010 registou-se um
aumento da taxa de natalidade, passando para os 6,8‰, aumento que se confirmou
e acentuou em 2011, onde se registou uma taxa de 8,2 nascimentos por cada mil
habitantes, a mais alta dos últimos anos. Em 2012, registou-se uma nova descida
da taxa bruta de natalidade, 6,3‰ (Tabela 1; Figura 3).
Município de Murça
|
|
TAXA BRUTA DE NATALIDADE
|
Anos
|
1981
|
1995
|
2001
|
2009
|
2010
|
2011
|
2012
|
Taxa
- ‰
|
24,1
|
7,8
|
6,4
|
4,4
|
6,8
|
8,2
|
6,3
|
Tabela
1 – Taxa bruta de natalidade no município de Murça, 1981 – 2012
Fonte:
PORDATA
Figura 3 – Taxa bruta de natalidade no município de
Murça. 1981-2012
Fonte: PORDATA
2.3. Evolução da natalidade no Município de
Sabrosa (sem incentivos à natalidade)
A
taxa de natalidade no município de Sabrosa, à semelhança da que carateriza o
território nacional, registou um decréscimo nas últimas décadas. Desde 1981 que
a diminuição se acentua, passando de 14,1‰ (1981) para 8,6‰ (1995). Em 2001
registou-se um ligeiro aumento. A taxa de natalidade passou para 8,8‰. Em 2009
registou-se uma forte descida no número de nascimentos por mil habitantes, 6,9.
No ano seguinte, nova subida, embora ligeira. A taxa bruta de natalidade regista
o valor de 7,0‰. A partir daqui foi sempre a descer. Em 2011, o valor registado
é de 5,8‰ e, em 2012, de 4,9‰ (Tabela 2; Figura 4)
Município de Sabrosa
|
|
TAXA BRUTA DE NATALIDADE
|
Anos
|
1981
|
1995
|
2001
|
2009
|
2010
|
2011
|
2012
|
Taxa
- ‰
|
14,1
|
8,6
|
8,8
|
6,9
|
7,0
|
5,8
|
4,9
|
Tabela
2 – Taxa bruta de natalidade no município de Sabrosa, 1981 – 2012
Fonte:
PORDATA
Figura 4 – Taxa bruta de natalidade no município de
Sabrosa. 1981-2012
Fonte:
PORDATA
2.4.
A taxa bruta de natalidade em
Portugal, Sabrosa e Murça
A
taxa de natalidade em Portugal registou um forte decréscimo nas últimas
décadas. De 1981 (15,5‰) a 2012 foi sempre a decrescer, atingindo, neste ano, o
valor de 8,5‰. O município de Sabrosa tem um comportamento muito idêntico ao
verificado no território nacional, isto é, um decréscimo nas últimas décadas.
Quanto ao município de Murça regista-se o facto de em 1981 ter uma taxa bruta
de natalidade superior à média nacional (regista uma taxa de 24,1‰, valores
muito próximos dos registados em Portugal em 1960, contra 15,5‰). Foi um
município que acolheu um grande número de “retornados”. Entre 1995 e 2009, tem
um comportamento igual ao de Portugal e de Sabrosa. De 2009 e até 2011,
afasta-se do comportamento geral e regista um aumento da taxa de natalidade.
Inverte/contraria a tendência de descida da taxa com uma subida acentuada
(provavelmente justificada pelos incentivos à natalidade do município). Em 2012,
a taxa de variação é superior aos outros casos analisados (Tabela 3 e Figura 5).
TERRITÓRIOS
|
|
TAXA BRUTA DE NATALIDADE
|
Anos
|
1981
|
1995
|
2001
|
2009
|
2010
|
2011
|
2012
|
Portugal
|
Taxa - ‰
|
15,5
|
10,7
|
10,9
|
9,4
|
9,6
|
9,2
|
8,5
|
Sabrosa
|
14,1
|
8,6
|
8,8
|
6,8
|
7,0
|
5,8
|
4,8
|
Murça
|
24,1
|
7,8
|
6,4
|
4,4
|
6,8
|
8,2
|
6,3
|
Tabela
3 – Taxa bruta de natalidade em Portugal e nos municípios de Sabrosa e Murça,
1981 – 2012
Fonte:
PORDATA
Figura
5 – Taxa bruta de natalidade em Portugal, Sabrosa e Murça, 1981-2012
Fonte:
PORDATA
2.5.
O que
diz a autarquia acerca dos incentivos à natalidade?
“A Câmara Municipal de Murça atribuiu
apoios num total a rondar os 400 mil euros, desde 2003. Desde 2007, o incentivo
à natalidade ajudou a atenuar a perda de população verificada no concelho.
Em luta contra os efeitos da
interioridade, o encerramento de serviços, como o tribunal local, e menos
verbas, João Teixeira insiste neste apoio à natalidade e prevê que o mesmo
possa aumentar já no próximo ano.”
"Não é por causa deste subsídio
que as famílias têm filhos, mas é um sinal, uma ajuda que queremos dar",
afirmou o autarca na cerimónia de entrega de mais apoios, que se realizou na
passada segunda-feira, 29 de outubro no Auditório Municipal da vila.
Neste momento, em todo o país, serão à
volta de 20 os municípios que concedem apoios para combater o despovoamento.
Em Murça, a autarquia arrancou
precisamente com um incentivo à natalidade em 2007, atribuindo 750 euros aos
pais de cada bebé que nasce neste concelho do distrito de Vila Real. Com a
conjuntura financeira atual, esse subsídio é de 500 euros. O subsídio
é entregue às famílias que ganhem menos de 1.500 euros por mês.
Antes do incentivo à natalidade, a
Câmara de Murça foi a primeira do país a introduzir um apoio ao casamento, o
qual foi suspenso em 2011.” "Faço um balanço positivo, mas neste momento
estava a ser difícil sermos rigorosos em termos de atribuição deste subsídio",
referiu.
Durante o período em que vigorou,
entre 2003 e o ano passado, foram apoiados mais de 170 jovens casais com 1.500
euros.”
Fonte: Município de Murça
Pela análise dos resultados e pelo
dinheiro investido na tentativa de resolução do problema, fica a ideia que foi
muito dinheiro gasto e, sem que a natalidade aumentasse de forma significativa.
Os gastos das autarquias podem comprometer o desenvolvimento regional e, este
sim, pode ser a resolução do problema.
2.6.
Tanto se diz e tenta fazer para incentivar
a natalidade, mas o certo é que as perspetivas futuras são assustadoras. Estará
a sociedade em mudança?
Portugal é
um dos países mais envelhecidos do mundo e as medidas de incentivo à natalidade
não têm funcionado até agora porque, defende a Associação Portuguesa de
Demografia, ter filhos é uma decisão “privada do casal”.
Nos últimos anos, verificou-se uma
situação inédita no país: em 2007, 2009 e 2010 foram menos os que nasceram do
que os que morreram. Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo.
O Inquérito à Fecundidade (IFEC) 2013,
realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em parceria com a
Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), decorreu entre 16 de janeiro e 15
de abril e foi dirigido a uma amostra de mulheres com idades entre os 18 e 49
anos e de homens com idades entre os 18 e 54 anos.
O inquérito, realizado em cerca de 10
mil alojamentos de todo o país e do qual resultaram 7.624 entrevistas, permitiu
analisar a fecundidade, quer para quem tem filhos, quer para quem (ainda) não
tem, em função do número de filhos tidos, do número de filhos que as pessoas
(ainda) pensam vir a ter e do número de filhos que desejariam ter.
Cerca de 94% das mulheres e 92% dos
homens, tantos os que não querem vir a ter filhos, como os que tencionam vir a
ter, consideram que devem existir incentivos à natalidade.
"Aumentar os rendimentos das
famílias com filhos" foi a medida de incentivo mais frequentemente
referida como "a mais importante".
Esta medida incluí, por exemplo,
reduzir impostos sobre famílias com filhos, aumentar as deduções fiscais para
quem tem filhos e aumentar subsídios relacionados com educação, saúde,
habitação e alimentação.
A segunda medida considerada mais
importante prende-se com o facilitar das condições de trabalho "para quem
tem filhos, sem perder regalias", o que inclui a oportunidade de trabalho
a tempo parcial, períodos de licenças de maternidade e paternidade mais
alargados e flexibilidade de horários para quem tem crianças pequenas.
"Alargar o acesso a serviços para
ocupação dos filhos durante o tempo de trabalho dos pais" foi considerada
a opção "menos importante".
Cerca de 25% dos inquiridos disseram
ter tantos filhos quantos os que desejaram ter, mas cerca de 70% dos homens e
mulheres têm menos filhos do que gostariam.
Presente na apresentação do inquérito,
o presidente da FFMS afirmou que o "mais importante" deste trabalho é
dar elementos de compreensão aos responsáveis pelas políticas públicas.
Para Álvaro Barreto, a política social
e de família devia incluir a "dimensão demográfica".
"Se Portugal tem um problema
real", que é o decréscimo da fecundidade, deve encarar a situação com
"sabedoria e ciência e ter políticas públicas permanentes, constantes e
não erráticas".
Para o sociólogo, "o importante é
que as políticas públicas deem instrumentos de escolha livre às pessoas, para
que quem quer ter [filhos] possa ter e quem não quer ter não tenha e que não
haja pressões legais, políticas ou financeiras contra a vontade e o projeto de
vida de cada um".
A diretora da PORDATA, Maria João
Valente Rosa, observou que este inquérito foi lançado "no pleno de uma
crise económica grave no país".
Defendeu que "as medidas de
política que vão ser adotadas devem diferenciar segmentos populacionais, pois a
população não é, nem pensa de forma uniforme."
Deu como exemplo, citando dados do
inquérito, que a medida de facilitação de trabalho para quem tem filhos é mais
defendida pelas mulheres do que pelos homens.
"O inquérito revela diferenças
assinaláveis entre as mulheres e homens no que respeita à relação de pai ou de
mãe com o trabalho", disse a demógrafa.
A maioria dos homens e das mulheres
considera que a opção ideal para o pai é trabalhar o dia inteiro fora de casa e
a opção ideal para a mãe é trabalhar a tempo parcial fora de casa ou
simplesmente não trabalhar.
Como conclusão, referiu que "a
população em Portugal já não quer tantos filhos quantos tinha no passado".
Seja quais forem as medidas de
política a serem tomadas, estas devem ter presente que o regresso ao patamar de
dois filhos ou mais filhos "parece estar fora de questão, embora os níveis
de fecundidade no futuro possam aumentar ligeiramente", frisou.
Fonte:
Notícias ao Minuto
A baixa taxa de natalidade em Portugal
é uma consequência direta da baixa taxa de fecundidade e do reduzido índice
sintético de fecundidade. A médio e longo prazo não é assegurada a renovação de
gerações.
2.7.
O que poderá explicar a diminuição da
natalidade?
Na sua origem, está toda uma mudança
de mentalidades no contexto da sociedade. Os valores individualistas têm-se
afirmado cada vez mais, passou a existir um maior investimento na educação das
crianças, quer ao nível económico quer ao nível afetivo, e as mulheres
desempenham um papel mais ativo na vida política, económica e social do país. Com
o aumento do nível de instrução e a sua participação crescente no mercado de
trabalho, a mulher passou a dar uma importância maior à sua afirmação social e
profissional, tornando mais difícil a conciliação da vida familiar e
profissional. Consequentemente, a idade média do casamento aumentou, assim como
a idade média em que se tem o primeiro filho: numa década, os valores destes
indicadores passaram dos 26 para os 29 anos.
Outros fatores contribuíram igualmente
para a redução do número de nascimentos: o alargamento do período da
escolaridade obrigatória e a entrada mais tardia no mercado de trabalho; o
crescimento do modo de vida urbano; a perda de importância do casamento como
instituição familiar; o aumento do número de divórcios; a implementação de
práticas de planeamento familiar; a generalização do controlo da natalidade…
Tendo em conta que a taxa bruta de
natalidade relaciona apenas os nascimentos com a população absoluta, resulta a
inclusão, neste indicador, de pessoas que não podem procriar, por serem jovens
ou idosos. Por isso, importa também considerar outros indicadores no seu
cálculo que tenham em conta exclusivamente as mulheres em idade de procriar: a
taxa de fecundidade e o índice sintético de fecundidade (Tabela 4 e Figura 7).
TERRITÓRIOS
|
|
Índice
sintético de fecundidade - Indivíduo - Média
|
Anos
|
2001
|
2009
|
2010
|
2011
|
2012
|
Portugal
|
Taxa
- ‰
|
1,45
|
1,35
|
1,39
|
1,35
|
1,28
|
Sabrosa
|
1,50
|
1,19
|
1,27
|
1,04
|
0,85
|
Murça
|
1,13
|
0,81
|
1,30
|
1,56
|
1,22
|
Tabela 4 –
Índice sintético de fecundidade
Fonte: PORDATA
Figura
7 – Índice sintético de fecundidade
Fonte: PORDATA
O índice sintético de fecundidade tem
registado uma tendência decrescente, com valores muito abaixo de 2,1 – valor
que é considerado mínimo para assegurar a renovação de gerações (valor que
corresponde ao número de filhos que, em média, cada mulher deverá ter para que
assegure a substituição de gerações).
Também, nesta tabela e gráfico, fica
visível que entre o município com incentivo à natalidade e o que não tem
incentivo à natalidade os valores são muito idênticos à média nacional.
2.8.
Evolução das variáveis demográficas
relativas à natalidade em Portugal, 2001-2010
Anos
Variáveis
Demográficas
|
2001
|
2002
|
2003
|
2004
|
2005
|
2006
|
2007
|
2008
|
2009
|
2010
|
Nados-vivos (N.º)
|
112 774
|
114 383
|
112 515
|
109 298
|
109 399
|
105 449
|
102 492
|
104 594
|
99 491
|
101 381
|
Índice Sintético de
Fecundidade
|
1,46
|
1,47
|
1,44
|
1,40
|
1,41
|
1,36
|
1,33
|
1,37
|
1,32
|
1,40
|
Idade média da mãe ao
nascimento do 1.º filho
|
26,8
|
27,0
|
27,4
|
27,5
|
27,8
|
28,1
|
28,2
|
28,4
|
28,6
|
28,9
|
Idade média da mulher ao
1.º casamento
|
26,1
|
26,4
|
26,8
|
27,0
|
27,3
|
27,5
|
27,8
|
28,1
|
28,6
|
29,2
|
Idade média do homem ao
1.º casamento
|
27,8
|
28,0
|
28,4
|
28,6
|
28,9
|
29,1
|
29,4
|
29,7
|
30,2
|
30,8
|
Casamentos (N.º)
|
58 390
|
56 457
|
53 735
|
49 178
|
48 671
|
47 857
|
46 329
|
43 228
|
40 391
|
39 993
|
Divórcios decretado
(N.º)
|
18 851
|
27 708
|
22 617
|
23 161
|
22 576
|
22 881
|
25 120
|
26 110
|
26 176
|
27 556
|
Tabela
5 – Varáveis demográficas relativas à natalidade em Portugal, 2001-2010
Fonte: Projeto Desafios,
Geografia A, 10.º ano
A redução da natalidade segue a redução
do índice sintético de fecundidade. Essa tendência acompanha:
A
redução no número de casamentos;
O
aumento da idade média do 1.º casamento, quer das mulheres quer dos homens;
O
aumento da idade da mãe ao nascimento do 1.º filho;
O
aumento do número de divórcios.
TERRITÓRIOS
|
|
Nados-vivos
de mães residentes em Portugal: total
|
Anos
|
1981
|
1995
|
2001
|
2009
|
2010
|
2011
|
2012
|
Portugal
|
Taxa
- ‰
|
152.071
|
107.097
|
112.774
|
99.491
|
101.381
|
96.856
|
89.841
|
Sabrosa
|
128
|
62
|
62
|
44
|
45
|
37
|
30
|
Murça
|
205
|
55
|
43
|
27
|
41
|
49
|
37
|
Tabela
6 – Nados vivos de mães residentes em Portugal, 1981-2012
Fonte: PORDATA
Quando
se observa o número de nados vivos, por mães residentes, nas três unidades
geográficas em estudo, conclui-se que a quebra da taxa bruta de natalidade é um
problema nacional e que exige uma solução nacional. Não está na atribuição de
meros incentivos a resolução dos problemas. Estes poderão, inclusive, criar
alguns conflitos locais e serem entrave a uma verdadeira solução. Porém,
também, fica a sensação de que este problema é mais uma alteração profunda da
sociedade. Se assim for será mais fácil e menos dispendioso alterarem a
mentalidade e preparar o país para viver e se desenvolver com novas realidades.
Um país da União Europeia que terá que ser diferente de um país dos Descobrimentos.
3. CONCLUSÃO
Através
da análise dos dados, observamos um decréscimo geral da taxa de natalidade
bruta, nas unidades geográficas analisadas. Como vimos, não existe uma relação
direta entre a redução da taxa bruta de natalidade e os incentivos ao aumento
da referida taxa.
Concluímos,
também, que o Estado deve intervir ativamente de forma a combater este fenómeno
investindo não só em apoios financeiros, mas também na qualificação dos
indivíduos através de políticas concretas e duradouras.
O
Estado deve planear estratégias a médio e longo prazo e que sejam coerentes
entre elas, uma vez que nos últimos anos se tem verificado algumas políticas
contraditórias nomeadamente no que diz respeito à educação, emprego e migrações
que obstruem o desenvolvimento económico e social do país.
Devem
ser implementadas, com urgência, medidas "não de incentivo à natalidade,
mas de políticas de equidade e justiça já existentes na grande maioria dos
países europeus".
Desenvolver
"uma política fiscal para as famílias mais numerosas", criando
"benefícios económicos à fixação e ampliação de famílias em zonas com
baixas densidades populacionais", inverter a tendência de queda da taxa de
natalidade e diminuir a pobreza infantil são outras medidas do Governo.
Infelizmente,
nos últimos anos tem-se assistido a uma diminuição dos apoios sociais em parte
devido à situação orçamental deficitária do país, e também a uma instabilidade
politica que se reflete em políticas contraditórias, a
curto prazo e que não permitem um desenvolvimento social do país.
4. GLOSSÁRIO
Natalidade - é o número de nascimentos ocorridos
numa região durante um determinado tempo.
Taxa Bruta de Natalidade - número de nados-vivos ocorrido durante um determinado
período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse
período (habitualmente expressa em número de nados-vivos por 1000 (10^3)
habitantes). (metainformação – INE).
Nado-Vivo
– é a expulsão ou
extração completa, relativamente ao corpo materno e independentemente da
duração da gravidez, do produto da fecundação que, após esta separação, respire
ou manifeste quaisquer outros sinais de vida, tais como pulsações do coração ou
do cordão umbilical ou contração efetiva de qualquer músculo sujeito à ação da
vontade, quer o cordão umbilical tenha sido cortado, quer não, e quer a
placenta esteja ou não retida. (metainformação – INE).
Índice Sintético de Fecundidade - número médio de crianças vivas
nascidas por mulher em idade fértil (dos 15 aos 49 anos de idade), admitindo
que as mulheres estariam submetidas às taxas de fecundidade observadas no
momento. Valor resultante da soma das taxas de fecundidade por idades, ano a
ano ou grupos quinquenais, entre os 15 e os 49 anos, observadas num determinado
período (habitualmente um ano civil). O número de 2,1 crianças por mulher é
considerado o nível mínimo de substituição de gerações nos países mais
desenvolvidos. (metainformação – INE).
Índice
de renovação de gerações
– é o número médio de filhos que cada mulher devia ter durante toda a sua vida
para que as gerações pudessem ser substituídas. o índice tem de ser de 2,1
filhos.
Taxa
de fecundidade –
número de nados-vivos observado durante um determinado período de tempo,
normalmente um ano civil, respeitante ao efetivo de mulheres em idade fértil
(entre os 15 e os 49 anos) desse período. Expressa-se em número de nados-vivos
por 1000 mulheres em idade fértil.
5. BIBLIOGRAFIA
Ø
Porto Editora, Descobrir Portugal, Geografia
A, 10.º ano.
Ø
Santillana, Constância, Projeto
Desafios, Geografia A, 10.º ano
Ø PORDATA - Taxa bruta de natalidade em Portugal
Ø
Portugal tem
a mais baixa taxa de natalidade da
UE - dn - DN
Ø
Queda de natalidade deixa Portugal em
"alerta super ...
Ø
Taxa de natalidade em Portugal é a quarta mais baixa da UE
Ø
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Coelho exige ...
Ø
Medidas de incentivo à natalidade em Portugal falham ...
Ø
Natalidade
portuguesa atinge números negativos históricos ...
Portugal terá
um problema demográfico sério dentro de 20 ...
Ø
Incentivo à
natalidade na Murça - - Notícias – RTP
Ø
Natalidade:
Boticas, Murça, Lamas de
Olo, Arroios ...
Ø
VIDEO - Murça atribui incentivos à natalidade > TVI24
Ø
Portugueses querem
mais incentivos à natalidade -
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